Todos nós conhecemos aquela velha história: "Gosto não se discute". E é exatamente sobre isso que vamos falar hoje: Gosto pessoal.
Bem, para começar é necessário partir da seguinte premissa: Respeite o seu gosto! Mas, não deixe de buscar a qualidade e experiências que lhe permitam descobrir novos sabores.
As preferências pessoais são influenciadas pelos nossos sentidos. Cada um de nós percebe um sabor, um aroma ou uma textura, de forma diferente e com intensidades diferentes. Uns são mais sensíveis ao sal, outros a acidez, a doçura ou ao calor do álcool.
Do mesmo modo, uns preferem tintos a brancos, velho mundo ao novo mundo, outros preferem vinhos mais encorpados aos mais leves.
Ao experimentarmos um alimento, as diferentes sensações são percebidas por quatro de nossos cinco sentidos:
- Olfato: responsável pela percepção dos aromas dos alimentos, ao degustarmos um vinho, nos faz sentir aromas frutados, florais, baunilha, dentre outros;
- Paladar: responsável pelas sensações do doce, do salgado, da acidez, do amargo;
- Visão: através dela, observamos as cores dos alimentos, seus aspectos, sua apresentação, no caso dos vinhos, a cor, o brilho, as lágrimas, a transparência e a limpidez;
-Tato: nos permite perceber a textura dos alimentos, no vinho, o seu corpo.
fonte: http://www.sobiologia.com.br
Ao degustarmos um vinho, precisamos saber separar muito bem as nossas preferências pessoais da avaliação técnica. Eu sei, não é uma coisa simples de se fazer, embora seja fundamental para que possamos fazer avaliações justas.
Nas degustações, são quatro as situações com as quais podemos nos deparar:
1) Um vinho foi perfeito em sua avaliação técnica - com fruta, álcool, taninos e acidez em perfeito equilíbrio - e também agradou muito ao meu palato (esse é o mundo perfeito);
2) Um vinho foi perfeito em sua avaliação técnica, mas não agradou ao meu gosto pessoal (acredite, isso pode acontecer, e é normal);
3) Um vinho não teve uma avaliação técnica boa - não apresentou equilíbrio perfeito entre seus componentes (acidez um pouco elevada ou taninos muito ásperos ou aromas exagerados de madeira ou fruta) - entretanto, foi agradável ao meu paladar;
4) O vinho está completamente desequilibrado e não agrada nada ao meu paladar (se o tópico 1 é o melhor dos mundos, aqui é o fim dele).
Vale lembrar que o momento (e a companhia) também ajuda a "fazer" o vinho (desde que ele não seja de péssima qualidade). Você pode estar frente a um vinho muitíssimo correto, pontuadíssimo, e ele não cair bem, simplesmente porque naquele dia você não estava bem para ele.
Portanto, permita-me um conselho: quando possível, dê uma segunda chance àquele vinho que lhe parece correto, mas que não o agradou. Quem sabe possa ter uma boa experiência com ele na segunda vez.
Outro ponto muito importante a ser observado é a harmonização entre o(s) prato(s) e o(s) vinho(s) que serão servidos. A menos que você e seus convidados apreciem o desagradável sabor metálico, não adianta ter à mesa um encorpado Cabernet Sauvignon ou um Malbec, por exemplo, se pretende servir trutas. Não aprofundaremos o tema agora, deixando para explorá-lo mais nas próximas postagens, onde veremos mais detalhes sobre harmonização entre vinhos e alimentos.
Para exemplificar o tema de hoje, selecionarei o tópico 3 desta postagem. Um vinho que em minhas avaliações não é perfeito, mas que sempre agrada ao meu gosto pessoal.
Trata-se do Santa Helena Reservado Cabernet Sauvignon. Um vinho simples, barato e fácil de ser encontrado nos supermercados. É considerado por muitos um patinho feio.
Antes que me atirem pedras ou que me entreguem aos leões (ou as duas coisas, rs), entendo perfeitamente porque o criticam e, até mesmo, não discordo. Mas, tem algo nele que me agrada... talvez a sua simplicidade me caia bem em certos dias.
Produzido pela vinícola Santa Helena no Vale Central-Chile, é um dos vinhos chilenos mais exportados e, um dos principais importadores é o Brasil.
A Santa Helena faz parte de San Pedro Tarapacá Wine Group, segunda holding de vinhos do Chile, formado por 10 vinícolas. Além da Santa Helena, San Pedro e Tarapacá, fazem parte do grupo a Misiones de Rengo, Altair, Vinícola Mar, Casa Rivas, Vinícola Tabalí, Vinícola Leyda e, na Argentina, Finca La Celia e Tanques Tamari.
Fundada em 1942 e adquirida pelo grupo San Pedro em 1994, atualmente é uma das maiores vinícolas do Vale de Colchagua, com um total de 334 hectares cultivados, além de possuir contrato com os melhores vales vitivinícolas do Chile (Maipo, Casablanca, Leyda, Cachapoal, Elqui, Curicó e Maule).
fonte: www.santahelena.cl
Ficha técnica do vinho
Santa Helena Reservado Cabernet Sauvignon
Safra: 2011
Produtor: Santa Helena
Região: Vale Central (Chile)
Uvas: Cabernet Sauvignon (100%)
Teor Alcoólico: 12,5%
Amadurecimento: não passa por madeira.
Preço: R$ 20,00 (www.wine.com.br)
De coloração rubi muito intensa, brilhante, límpido, com leve opacidade e lágrimas leves.
Aromas não muito intensos e pouco persistentes. Frutados e apresentando pimentões.
Aromas não muito intensos e pouco persistentes. Frutados e apresentando pimentões.
Em boca corpo leve para médio (mais para médio), pouca tanicidade, leve acidez e álcool bem presente, sobressaindo um pouco, desequilibrando o vinho.
Final é intenso e persistente.
Final é intenso e persistente.
Vinho pronto para ser bebido, não deve ser guardado.
O vinho é bem simples, não está em perfeito equilíbrio, mas, é
justo à sua proposta.
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