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domingo, 31 de março de 2013

Salton Desejo Merlot 2007

Mais um brasileirinho aqui no blog, o vinho de hoje é o Merlot Salton Desejo 2007. 

A Merlot é uma uva originária do sudoeste da França, da região de Bordeaux, sendo o Pomerol, à margem direita do rio Garonne, o lugar onde obtém seus resultados mais expressivos, embora também produza tintos de excelente qualidade à margem esquerda, no Médoc.
Na América do Sul, o Chile merece destaque na produção de bons Merlots, sendo os melhores exemplares advindos da região do Maipo, Colchagua e Curicó.
No Brasil é classificada como a casta que melhor se adaptou ao terroir da Serra Gaúcha, e vem produzindo vinhos premiados e reconhecidos internacionalmente.

O Salton Desejo é um desses exemplares brasileiros que contribuem para promover a vitivinicultura brasileira no exterior, e é um exemplo do magnífico trabalho desenvolvido pela Salton, a qual tive o prazer de conhecer em visita realizada à vinícola, conforme relatei anteriormente aqui no blog.


                                  fonte: arquivo pessoal

O Salton Desejo Merlot 2007 é um varietal produzido no distrito de Tuyuti, com uvas selecionadas de videiras de produtividade de apenas 8.000 kg/hectar. O processo de fermentação e maceração é realizado durante o período de 20 dias e o vinho, após clarificação espontânea, é conduzido às barricas de carvalho 50% francês e 50% americano, onde amadurece por 12 meses e posteriormente é engarrafado e levado às caves para repouso por mais 12 meses.


                                                     fonte: arquivo pessoal


Ficha técnica do vinho
Salton Desejo Merlot
Safra: 2007
Produtor: Vinícola Salton 
Região: Tuyuti - Bento Gonçalves (RS)
Uvas100% Merlot
Teor Alcoólico: 13,0%
Amadurecimento: 12 meses carvalho francês e americano.

Preço: R$ 60,00 (http://www.salton.com.br)


Minhas percepções
Bela coloração vermelho-rubi de média intensidade, lágrimas leves, límpido e transparente.
Franco, amplo, fragrante, com aromas finos, intensos e persistentes, apresentando nuances de frutas vermelhas em compota, lembrando geleia de morangos, ameixas negras, com toques de pimenta e madeira devidamente integrada ao vinho.
Em boca é de médio corpo, com acidez presente, mas em equilíbrio, álcool também  na medida certa e taninos aveludados.
É intenso e com final persistente, com notas de chocolate e defumado.


Trata-se de um vinho muito bem estruturado, elegante, gastronômico e que deixa a boca enxuta. Embora pronto para consumo, ainda tem potencial para ao menos uns 2 anos de guarda.

Sem dizer que a arte do rótulo é belíssima.


Avaliação Técnica: 83 pontos (EKN) - entenda


sexta-feira, 29 de março de 2013

Almaúnica Reserva Syrah 2011


Na última quarta-feira, resolvi abrir a primeira das garrafas que trouxe de minha viagem ao Vale dos Vinhedos. E o escolhido foi o Almaúnica Reserva Syrah 2011 que, pelo seu potencial aromático, representou muito bem o perfil desta casta.


A Syrah é uma uva originária da região de Côtes du Rhône, na França, expressando-se melhor nas áreas mais ao norte, em Côte Rotie e Hermitage, sendo também uma das principais castas dos vinhos de Châteauneuf-du-Pape. Estes exemplares franceses possuem como principal característica o potencial aromático, com frutas negras intensas, couro defumado, bacon e pimenta do reino.
Na Austrália - conhecida como Shiraz - também é muito cultivada,  sendo a uva predominante dos bem estruturados tintos do país, que possuem características frutadas e são reconhecidos internacionalmente.
foto: www.diariodecomida.com.br

No Brasil ainda não é tão cultivada quanto a Merlot e a Cabernet Sauvignon, mas os resultados das experiências com essa casta em terras tupiniquins têm sido positivos.

Como já comentei sobre a Almaúnica em postagem anterior, na qual relatei minha visita à vinícola, permitam-me agora passar direto à avaliação do vinho.


                                                fonte: arquivo pessoal


Ficha técnica do vinho
Almaúnica Reserva Syrah
Safra: 2011
Produtor: Vinícola Almaúnica 
Região: Vale dos Vinhedos (RS)
Uvas: 100% Syrah
Teor Alcoólico: 13,5%
Amadurecimento: 12 meses carvalho francês e americano.

Preço: R$ 55,00 (Loja da Almaúnica).


Minhas percepções
Coloração vermelho-rubi de média intensidade, com leves reflexos violáceos, lágrimas densas, muito límpido e com leve opacidade.
Aromas intensos com ataque imediato floral (rosas ou violetas), frutado, leves aromas de pimenta, chocolate e especiarias. Com o tempo em taça aparecem traços defumados (bacon). Apresenta razoável persistência aromática.
Em boca, é seco, de médio corpo, com acidez fresca, álcool equilibrado, macio e com taninos equilibrados e aveludados.
É equilibrado, razoavelmente intenso e com final razoavelmente persistente (com fundo floral - rosas ou violetas).


Um vinho que podemos considerar razoavelmente fino, bastante aromático, com destaque para os traços florais, e que evolui bem com o tempo de taça. 

Embora não o veja com potencial para guarda, é agradável e com um bom custo x qualidade.
Vale a experiência!



Avaliação Técnica: 64 pontos (EKN) - entenda



quinta-feira, 28 de março de 2013

Novidade no Blog: Avaliação Técnica e Pontuação dos Vinhos


Caros amigos, a partir de hoje resolvi incluir no blog uma nova ferramenta para complementar as avaliações dos vinhos que serão degustados. Trata-se da pontuação obtida através da avaliação técnica, seguindo os critérios da Ficha Analítico-Descritiva da Associação Brasileira de Sommeliers do Rio de Janeiro (ABS-RJ), da qual sou associado e onde realizei os cursos básico e avançado de degustação e participei de diversos eventos e degustações.

A Avaliação consiste em três etapas:

Exame Visual (Pontuação máxima: 16 pontos) 
- Reconhecimento da cor (tonalidade, intensidade e reflexos), o grau de transparência do vinho e sua limpidez.

Exame Olfativo (Pontuação máxima: 24 pontos)
- Verificar se o vinho é franco ou se está defeituoso, se é amplo ou nítido (quanto à complexidade de aromas), se é fragrante ou etéreo, a qualidade dos aromas, bem como a intensidade e a persistência dos mesmos, além dos traços perceptivos (frutados, florais, vegetais, etc). 

Exame Gustativo (Pontuação Máxima: 60 pontos) 
- Avaliam-se o níveis de açúcar, acidez, álcool, taninos, bem como o corpo do vinho, a sua qualidade, intensidade e persistência aromática (fim de boca), e um fator extremamente importante para saber se o vinho é bem estruturado, se está pronto para ser bebido ou se ainda deve ser guardado por mais um tempo e, principalmente, se é um vinho de qualidade: O equilíbrio entre os seus componentes (álcool, acidez, fruta, taninos).

Pontuação Máxima Geral: 100 pontos

Tabela de classificação dos vinhos conforme a faixa de pontuação (EKN*)

Ruim até 50 pontos
Regular 51 a 60 pontos
Bom 61 a 70 pontos
Muito Bom 71 a 80 pontos
Excelente 81 a 94 pontos
Espetacular 95 a 100 pontos
Obs: A tabela não é um instrumento desenvolvido pela ABS-RJ. Trata-se de criação própria (EKN - Edmundo Kasnowski Neto).

Cabe ressaltar que manterei o mesmo padrão utilizado nas postagens de avaliações de vinhos feitas até então, incluindo ao final as notas obtidas nas avaliações técnicas.

Esclareço ainda, que todos os vinhos (ou quase todos) já publicados neste blog passaram pela avaliação técnica, de modo que procurarei rever as postagens anteriores, com o intuito de incluir suas respectivas notas, uma vez que todas as avaliações que já realizei encontram-se em arquivo pessoal, o que me permite fazê-lo. Para os vinhos não avaliados por esta metodologia será informado "pontuação não atribuída". 

Por fim, volto a dizer que a avaliação técnica tem por objetivo identificar se o vinho é estruturalmente perfeito, o que não significa que um vinho perfeitamente estruturado deverá agradar ao paladar de todos. Do mesmo modo, um vinho que não esteja perfeitamente equilibrado poderá agradar ao paladar de alguns de nós, conforme citei em postagem anterior (confira aqui!).

Espero que os amigos aprovem esta novidade, lembrando que este blog está sempre aberto a quaisquer sugestões e críticas, uma vez que sua finalidade é meramente a troca de informações e de conhecimentos, para juntos aprendermos cada vez mais e bebermos melhores taças sempre.



domingo, 24 de março de 2013

Vale dos Vinhedos - Capítulo 4: Dal Pizzol e Salton


Nosso segundo dia de visitas às vinícolas começou com um passeio um pouco diferente, embora muito legal. Fomos à vinícola Dal Pizzol, localizada no distrito de Faria Lemos, em Bento Gonçalves, na altura do Km 5 da RS 431.

Criada em 1974, a empresa gerenciada pelos irmãos Antônio e Reinaldo Dal Pizzol, produz cerca de 250 mil garrafas ao ano, das quais 51% são de vinhos tintos, 12% de vinhos brancos, 32% de espumantes e 5% de sucos de uva.

Como disse antes, nossa visita foi diferente, a começar pelo fato de que havíamos acabado de  tomar café da manhã e não estávamos muito bem e, por isso, não degustamos os vinhos da Dal Pizzol (imperdoável este ato falho!).  





Mas, fomos muito bem recebidos pela administradora da vinícola que de início nos levou diretamente à sala de degustações, onde pedimos desculpas por recusar (odeio lembrar disso!) a oferta e nos deixou à vontade para passearmos pela propriedade.

Trata-se de uma fazendinha muito bonita, com muitos animais soltos, árvores de diversas espécies, dentre elas o carvalho europeu.






Embora não tenhamos degustado os vinhos da Dal Pizzol, não poderia deixar de registrar esta experiência na vinícola. Um passeio bastante agradável, gratuito, que permite um especial contato com a natureza e com os animais, transmitindo tranquilidade e paz interior.
Uma fuga perfeita para quem mora em uma cidade agitada e estressante como o Rio de Janeiro. 

Sem dúvida alguma, em nossa próxima viagem à Serra Gaúcha, voltaremos à Dal Pizzol e não sairemos sem realizar as degustações.

Seguindo a nossa jornada pelo Vale dos Vinhedos, pegamos mais alguns quilômetros de estrada até o distrito de Tuiuty para visitarmos a Salton, o maior produtor de vinhos do país. 

Fundada pelo Sr. Antonio Domenico Salton, a empresa foi formalmente constituída em 1910, quando os seus filhos resolveram dedicar suas vidas ao cultivo das videiras e à produção de vinhos e espumantes.

Há quatro anos consecutivos a Salton lidera a comercialização de espumantes nacionais.




Sua bela e imponente sede é decorada com magníficas pinturas que retratam momentos da família e de seus funcionários durante o trabalho nos vinhedos e nos momentos de lazer. E isso tudo pintado nas paredes e tetos dos salões do prédio.







Cabe ressaltar que os próprios funcionários da empresa foram utilizados como modelos nas pinturas, como na obra à seguir, onde o artista reproduz a Santa Ceia na sala de reuniões da vinícola.




O tour na vinícola foi conduzido pela simpática Danila, que apresentou-nos a história da família Salton, de seus vinhedos e as etapas de produção de seus vinhos. Percorremos a vinícola pelas passarelas que permitem uma visão "aérea" de toda a cantina.



                                  Recepção das uvas



                                  Passagem pelas esteiras rolantes até as prensas pneumáticas



Prensas pneumáticas


As caves subterrâneas da Salton também são muito bonitas, bem climatizadas e guardam os seus tesouros mais preciosos (Desejos, Talentos, ...).






E nessas mesmas caves repousam os espumantes produzidos pela Salton através do método Champenoise, enquanto passam pela segunda fermentação, em garrafa, e também pelo processo de rémuage, para depósito das leveduras nos gargalos.






Assim como nas outras vinícolas, o tour terminou na sala de degustações e desta vez não deixamos escapar a oportunidade de provar os vinhos que ainda não conhecíamos, dentre eles os ícones Talento e Desejo, ambos da safra 2007, que muito nos surpreenderam. 







Os vinhos degustados foram os seguintes:

- Salton Virtude Chardonnay 2011: Muito aromático, com acidez viva e com excelente frescor. Elaborado com 100% de uvas Chardonnay, permanece por 6 meses em barricas de carvalho francês e americano e é considerado um vinho da linha top. Este eu indico.

- Salton Flowers Demi-Sec: Um assemblage de Moscato, Malvasia e Gewurztraminer. Não agrada muito ao meu paladar, porém é correto para quem aprecia vinhos mais doces.


- Salton Talento 2007: Esse vinho está fantástico. Um belo corte de Cabernet Sauvignon (60%), Merlot (30%) e Tannat (10%). Perfeitamente equilibrado, encorpado, com taninos aveludados e frutas vermelhas maduras acompanhadas de boa acidez e álcool na medida ideal. Tudo em perfeita harmonia. Estágio de um ano em barricas novas de carvalho francês e mais um ano de repouso em garrafa nas caves da vinícola. Outro da linha top. Este eu indico.

- Salton Lunae Frisante: Vinho simples, refrescante, correto para a sua proposta.

- Salton Evidence: Espumante muito agradável, com grande frescor, boa acidez e bonito perlage, feito pelo método champenoise.

- Salton Desejo 2007: Outro ícone da vinícola! Este, embora não apareça nas fotos, solicitei uma degustação para tentar superar o meu preconceito com varietais de Merlot. E, realmente, fui surpreendido pelo tão admirado Salton Desejo. Acredito que este vinho esteja em seu melhor momento. Perfeito equilíbrio entre álcool, taninos, fruta, madeira, acidez... Enfim, todos os seus elementos estão harmonizados. Gostei tanto, que trouxe uma garrafa e virei fã. Este eu indico.

P.S.: Embora esteja na foto, por opção não degustamos o Salton Moscatel. 


Os vinhos possuem uma excelente relação custo x qualidade. Vieram em nossas malas 01 Desejo, 01 Talento, 01 Salton Intenso (a Fernanda adora licorosos) e 01 Virtude Chardonnay, que serão comentados neste blog com mais atenção quando abrirmos suas garrafas.


A visita à Salton tem um custo de R$ 10,00 por pessoa, que é totalmente convertido em bônus para a aquisição de produtos em sua loja. Outro passeio fantástico e bem diferente dos demais tours que havíamos feito até então.



Vale o show!



quinta-feira, 21 de março de 2013

Vale dos Vinhedos - Capítulo 3: Casa Valduga

Ainda na quarta-feira (13/03), visitamos mais uma das maiores vinícolas do Vale dos Vinhedos. Fundada em 1875, a Casa Valduga possui lindas instalações e uma área reservada à hospedagem dos visitantes que desejam passar alguns dias ao lado dos vinhedos. A Vila Valduga foi o primeiro complexo voltado ao enoturismo no Brasil.

A vinícola, que dedica especial atenção à produção de espumantes e foi uma das primeiras a desenvolvê-los através do método Champenoise no país, possui hoje a maior adega de espumantes da América Latina. A empresa atualmente é gerenciada pelos três irmãos Erielso, Juarez e João Valduga.




Como já estávamos com muita fome (rs), iniciamos a nossa visita almoçando no Restaurante Maria Valduga e optamos pelo rodízio de massas e galetos. De entrada foram servidas polentinhas e pães com pasta de azeitonas pretas e, em seguida a tradicional sopa de capeletti.

Os pratos são de excelente qualidade, o ambiente do restaurante é elegante e agradável e tudo por um preço muito justo (R$ 48,00 por pessoa o rodízio, incluindo sobremesa). 

Obs: Além do Maria Valduga, o complexo também conta com outro restaurante, o Luiz Valduga.

                             Restaurante Maria Valduga

Após o almoço, realizamos o tour pela vinícola, guiados pelo simpático Tasso que, durante a visita, contou-nos toda a história da família Valduga e também da vinícola. 

Na foto à seguir, o primeiro trator adquirido pela empresa para mecanizar a produção. O equipamento sempre foi muito bem cuidado, tendo em vista que, como garantia pelo seu financiamento, foram dadas as propriedades da família (as terras e a própria vinícola). É guardado até hoje com muito carinho, embora não mais utilizado.




Conhecemos as caves subterrâneas onde as relíquias de baco produzidas pela Valduga, amadurecem em carvalho francês e americano e repousam em garrafas antes de serem comercializadas, e fomos apresentados também às caves onde são produzidos e engarrafados os espumantes Valduga.



Após passarmos pelos vinhedos, onde tivemos a oportunidade de provar a Cabernet Sauvignon direto das videiras, fomos conduzidos ao salão de degustações, a melhor parte do tour (rs).




Dentre os ícones da Casa Valduga está o tinto Villa Lobos safra 2007, feito em homenagem ao célebre maestro, com seletas uvas Cabernet Sauvignon, o qual tivemos o deleite da degustação e que muito nos surpreendeu, por sua estrutura, corpo e complexidade de aromas (caramelo, baunilha, tabaco, vegetal, café) evoluindo e revelando-se a cada instante.  Este eu indico.

Outro grande top da Casa é o espumante Maria Valduga Brut Vintage, um assemblage de Chardonnay e Pinot Noir, produzido pelo método champenoise e assim denomidado em homenagem à matriarca da família. Infelizmente, não estava disponível para degustação e ficamos na vontade (hehehe).




Os demais vinhos degustados foram:

- Casa Valduga Identidade Gewürztraminer 2012:  Coloração palha claro, aromas frutados, lembrando peras e pêssegos, com nuances florais, boa acidez, corpo leve. Final curto, mas extremamente agradável.

- Casa Valduga Leopoldina Chardonnay 2011: um bom Chardonnay com passagem em carvalho, mais encorpado e com boa estrutura.

- Casa Valduga Raízes Cabernet Franc 2010: coloração rubi, aromas de compota de frutas vermelhas, intenso, presença de tabaco. Acidez bem marcante e taninos ainda em fase de amadurecimento. Vinho simples, mas agradável.

- Ancellota 2007: minha primeira degustação de um vinho feito com esta casta e fiquei com uma boa impressão. Coloração intensa, aromas de compota, florais, madeira, tabaco. Em boca equilibrado, com taninos maduros, mas com bom ataque, pedindo comida e final longo com frutas negras.  

A visita à Casa Valduga também foi sensacional, não somente pelas suas belíssimas instalações, mas também pela recepção e carisma de seus funcionários e, é claro, pelos bons vinhos degustados. 





quarta-feira, 20 de março de 2013

Vale dos Vinhedos - Capítulo 2: Miolo

Continuando o nosso passeio pelo Vale dos Vinhedos, a segunda vinícola visitada foi a Miolo. Uma das maiores, mais conhecidas e tradicionais vinícolas brasileiras, situada no Km 21 da RS 444, a Miolo atua na viticultura desde 1897, embora tenha iniciado a comercialização de vinhos finos apenas em 1990.





Com o passar do tempo, a empresa foi crescendo, investindo em tecnologia de ponta e expandindo suas atividades, através da compra de outras vinícolas, como a Almadén e do desenvolvimento de parcerias e empreendimentos nacionais (Seival Estate, na Campanha Gaúcha, RAR, em Campos de Cima da Serra-RS, Lovara Vinhas e Vinhos, na Serra Gaúcha, Vinícola Ouro Verde, no Vale de São Francisco-BA) e internacionais.

A mais recente parceria divulgada pela Miolo, já produzindo novos rótulos, foi firamada com o narrador esportivo Galvão Bueno, lançando vinhos da linha Bueno, sobre os quais não posso opinar, pois ainda não os conheço.

Bem, chegamos à Miolo por volta das 10hs de quarta-feira (13/03/2013), e iniciamos o tour guiado pela visita a cantina da vinícola onde os vinhos são fermentados em tanques de aço inoxidável.  







Em seguida, fomos levados às belíssimas caves subterrâneas, onde os vinhos amadurecem em barricas de carvalho americano e francês e descansam em garrafas para, posteriormente, serem comercializados.




As garrafas abaixo são do vinho ícone da Miolo, o Lote 43, estas da safra 2008, reservadas pela vinícola em cave própria, tendo em vista que esta safra já é comercializada há tempos. A safra 2011 é a mais nova e, recentemente, foi disponibilizada para compras. Degustei-a na wine store da Miolo, mas ainda encontra-se muito jovem, rica em taninos, com bastante potencial de guarda. Deve atingir o ponto ideal para consumo dentro de 2 ou 3 anos, embora não saiba dizer se atingirá a excelência da safra 2005 (acho difícil, mas veremos).






Seguindo para a elegante sala de degustações, fomos apresentados aos seguintes vinhos:

- Terra Nova Espumante Moscatel: Este é o tipo de produto que não agrada ao meu paladar. Extremamente doce. Prefiro não comentar.

- Miolo Espumante Brut Cuvée Tradition: bela coloração, brilhante e bom perlage, aromas de panificação e, em boca, amanteigado. Bom espumante.

- RAR Collezione Viognier: Amarelo palha com reflexos dourados, brilhante, muito límpido e transparente, aromas leves e de curta persistência. Em boca, corpo e acidez leves, álcool equilibrado, final curto. Simples, bem leve, mas agradável.

-  Miolo Reserva Tannat: Vinho de médio corpo, álcool e acidez equilibrados, taninos ainda um pouco agressivos (pedindo comida à altura) aromas defumados, com notas de couro e baunilha.

- Miolo Cuvée Giuseppe Merlot/Cabernet Sauvignon: Belo assemblage bordalês. Muito encorpado e com aromas que remetem a coco queimado. Muito bem estruturado. Esse eu indico.




As visitas guiadas são realizadas diariamente das 8:30 às 17:00, sendo cobrado o valor de R$ 10,00 por pessoa, incluindo a degustação de cinco vinhos - R$ 5,00 são convertidos para compras na  wine store da vinícola.

Vale muito o passeio pela Miolo, pois suas instalações são bonitas, seus vinhos são bem corretos e a degustação ao final do tour é generosa.




terça-feira, 19 de março de 2013

Vale dos Vinhedos - Capítulo 1: Almaúnica

Voltando a atividade após uma pequena pausa, por conta das férias, reinicio as postagens falando sobre as visitas que fizemos às vinícolas, durante nossa passagem pelo Vale dos Vinhedos.

Berço dos melhores vinhos produzidos no Brasil, o Vale é a morada dos grandes (e pequenos) produtores nacionais que, a cada safra, buscam aperfeiçoar ainda mais os seus produtos, para conquistar não somente os consumidores brasileiros, como também o mercado internacional.





Chegamos ao Vale dos Vinhedos em 13 de março (quarta-feira), logo pela manhã, e começamos o nosso passeio visitando a vinícola Almaúnica, que é uma das primeiras da RS 444 (Km 17). 

Fundada em 2008, a empresa alia a tradição familiar, o amor e o carinho pelas videiras, às suas propostas, produzindo um número reduzido de garrafas, zelando pela qualidade de seus produtos que, por sua vez, são vendidos diretamente aos restaurantes (bistrôs, etc) e aos consumidores finais.




Fomos muito bem recebidos pelo enólogo e proprietário Márcio Brandelli (que honra), conhecemos os processos de produção, a cave subterrânea e a sala de degustações da vinícola.

Embora pequenas, as instalações da Almaúnica são belíssimas e muito bem cuidadas. Ao passarmos o portão da vinícola,  caminhamos por um corredor entre os vinhedos de Merlot e Cabernet Sauvignon, até chegarmos ao seu lindo edifício.





Todos os vinhos da vinícola são vinificados em tonéis de aço inoxidável e amadurecem em barricas de carvalho francês e americano.








O Almaúnica Quatro Castas 2011, ícone da vinícola que estará pronto e disponível à partir da segunda quinzena deste mês, é um assemblage das castas Syrah, Merlot, Malbec e Cabernet Sauvignon que descansa em garrafa, após estagiar 24 meses em carvalho francês e americano.






Ao final da visita, fomos conduzidos à sala de degustações, onde provamos três vinhos: Reserva Merlot D.O. 2009, Reserva Pinot Noir 2011 e Reserva Syrah 2011, todos muito bem estruturados e elegantes. Em particular, gostei muitíssimo do Syrah, trouxe uma garrafa em minha mala e me arrependi de ter trazido apenas uma, pois foi um dos melhores vinhos que degustei nesta passagem pelo Vale.





Portanto, fica aqui a dica para quem pretende visitar o Vale do Vinhedos: Não deixe de conhecer a Almaúnica. O tour é gratuito, seus vinhos são muito bons e com excelente custo x qualidade.


P.S.: Em breve postarei as impressões sobre o Syrah (quando abrir a garrafa). Mas, já posso antecipar que é um grande vinho.



Só não cometa o mesmo lapso de trazer apenas uma garrafa!